O que te move? - Apreender

O que te move?

Carolina Bergier

“No fundo eu empreendo para mim, não para o outro. Quanto mais eu empreendo, mais eu me conheço. Impactar o outro é consequência de tudo isso."

Já ouviu a expressão “casa de ferreiro, espeto de pau”? A analogia é utilizada, basicamente, quando uma pessoa versada em determinado tema não utiliza seus conhecimentos consigo mesma ou com sua rede de familiares e amigos. E é exatamente do que a Casa Sou.I foge. Afinal, a empresa oferece cursos sobre autoconhecimento e propósito e, com o passar dos meses, cumpriu seu objetivo tão bem que muitas pessoas que lá trabalhavam encontraram seus próprios sonhos e pediram demissão para concretizar seus projetos pessoais.

Esses profissionais fazem falta, é claro, mas Carolina Bergier, fundadora da Casa Sou.I, acredita na expressão “casa de ferreiro, espeto de ferro”. Como ela bem resume, “chega um momento em que se torna inviável seguir uma vida que não faz sentido para você. As empresas fazem cada vez menos sentido, porque nem todo o mundo tem o mesmo sonho”.

No entanto, a “possibilidade de transformação” surge exatamente nesses momentos. “E o empreendedorismo é a forma como cada pessoa vai viabilizar esse sonho único”, afirma. Seguindo este conceito, a Casa Sou.l deixou de ter funcionários e começou a formar parcerias que façam sentido e compartilhem sonhos diferentes. A transformação foi tanta, que hoje não existe mais um espaço físico: os cursos são realizados em casas colaborativas da cidade do Rio de Janeiro.

“No fundo eu empreendo para mim, não para o outro. Quanto mais eu empreendo, mais eu me conheço. Impactar o outro é consequência de tudo isso. Se não sou coerente comigo mesma na Casa Sou.l – tendo como princípio que educar é o que fazemos e não o que falamos -, se eu falo de maneira muito viva sobre o meu sonho, mas administro uma casa ao invés de segui-lo, não consigo passar minha mensagem verdadeiramente para as pessoas. Empreender é um exercício de olhar para fora e olhar para dentro o tempo todo”, conta Bergier.

Autoconhecimento é uma das bases da jornada

Assim como a história de Carolina e da Casa Sou.l, a pesquisa Empreendedores de impacto: as dores e as delícias de empreender em educação identificou que o autoconhecimento é um dos pontos relevantes para o sucesso da jornada de todos os empreendedores e, ao mesmo tempo, um grande desafio.

O estudo descobriu que saber pontos fortes e pontos a desenvolver, reconhecer com clareza as fragilidades do negócio e da equipe, saber o que deseja e onde quer chegar são demandas que estão na boca dos empreendedores, mas que são desafios na prática. Isso porque “o processo de empreender demanda muito desapego. Você precisa estar o tempo todo revisitando: estou feliz? É isso que quero fazer? Está fazendo sentido? Os ciclos de vida e de transformação das empresas serão cada vez mais curtos durante esse processo de autoconhecimento, pois a gente muda cada vez mais rápido. Temos que olhar para fora e para dentro o tempo todo”, defende a empreendedora.

É importante avaliar o quão conectado você está consigo mesmo para criar uma solução para problemas dos outros. Assim como explorar o mundo e desenvolver competências para um negócio com propósito que realmente impacte positivamente a sociedade.

4 perguntas para orientar essa busca

  1. O que te motiva a empreender?
  2. Qual é o seu propósito?
  3. Qual é o problema que você quer resolver?
  4. Qual é a realidade que gostaria de transformar?

ESTUDOS E PESQUISAS

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