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Sociedade

Alexandre Pacheco

“O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração é que existem perfis de sócios muitos diferentes. Existe o sócio permanente, o sócio-investidor e os funcionários que se tornam sócios."

Estruturar uma sociedade pode ser comparado a montar um time de futebol: é preciso estratégia para aproveitar os talentos diversos, clareza para cada um saber sua posição e sabedoria para saber que muitas vezes seus jogadores parceiros vão agir e pensar de maneiras distintas.

Em muitos casos, o empreendedor tem receio de compartilhar suas ideias pelo desafio de se encontrar parceiros de negócio confiáveis e complementares, mas diversas vezes um sócio agrega conhecimentos, redes de contato e recursos que ajudarão o empreendimento a gerar impacto.

O professor e pesquisador sênior do Grupo de Ensino e Pesquisa em Inovação (GEPI-FGV), Alexandre Pacheco da Silva, comentou sobre os aspectos jurídicos da criação de uma sociedade. Para ele, é preciso estar muito atento ao perfil dos potenciais sócios da sua startup. É possível conferir mais detalhes dos tipos de contratos sociais que podem ser firmados no relatório Negócios de Impacto Social: da estrutura da Empresa Nascente a sua aproximação com o Poder Público, produzido pelo LENT (Laboratório de Empresas Nascentes de Tecnologia-FGV), sob coordenação executiva do professor.

O especialista contou sobre os principais aspectos que devem ser levados em consideração na hora de escolher os sócios

“O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração é que existem perfis de sócios muitos diferentes. Existe o sócio permanente, o sócio-investidor e os funcionários que se tornam sócios.

O sócio que vai permanecer na empresa é um parceiro que vai contribuir para o crescimento da empresa. Já o sócio-investidor tem um perfil diferente, sem a intenção de permanecer na empresa e com um ciclo definido de atuação. O sócio-funcionário, por sua vez, se torna sócio a medida em que recebe como gratificação a possibilidade de adquirir ações da startup.

O principal ponto que deve ser levado em conta na hora da escolha de sócios em negócios de impacto é o alinhamento de valores. Também é preciso ter muito claro o objetivo final de cada um para que a jornada seja construída com muita clareza e diálogo.

Os perfis complementares, não menos importantes, também devem ser levados em conta: se o empreendedor executa muito bem a criação do produto/serviço, mas não têm tantas habilidades com a área de vendas, o ideal seria encontrar um parceiro que se destacasse nessa área para que o negócio se torne mais potente.

O sócio-investidor pode agregar, além de recursos financeiros, experiência de mercado, rede de contatos e criação de parcerias que podem aumentar a probabilidade da startup conseguir lucro no final do ciclo de investimento. Geralmente, o investidor tem um período de “namoro” antes de ingressar na sociedade. A partir de instrumentos de dívida (como mútuo conversível, compra futura ou títulos de dívida), é possível conhecer a empresa e a relação entre as partes. Assim, também é possível estruturar um plano de entrada e saída do investidor muito bem estruturado”.

ESTUDOS E PESQUISAS

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